No outro dia não tinha aula, então aproveitei para dormir mais um pouco e quando acordei, levantei da cama e fui direto tomar banho e colocar uma roupa. Depois de ter feito tudo isso, eu desci as escadas, dei bom dia para as pessoas que trabalhavam na minha casa. Eu não queria almoçar, não quando eu ficava sozinho, acho que me acostumei a rotina da escola, onde eu almoçava com muitas pessoas e nunca ficava só.
Decidi caminhar um pouco, não andei com o meu motorista ou meu guarda-costa (é, eu tinha um), eu só queria andar um pouco e tentar não pensar em alguém de cabelo algodão, viu? Eu já estou pensando nela, e isso me dava uma raiva.
Eu estava tão entretido nos meus pensamentos que eu nem vi uma coisa grande e peluda me derrubar e eu ouvi ao longe alguém gritar.
- Bond, volta aqui - pois é, parece que não é só em pensamentos que a Anya Forger me persegue.
Quando ela me viu caído no chão, veio correndo me ajudar a levantar e falou.
- Você está bem? Desculpa ele, é que como eu só tenho o fim de semana para andar com ele, o Bond acaba ficando agitado.
- Ele é seu? - falei ficando com raiva, como ela é desastrada, nem para cuidar do seu próprio cão ela serve.
- Sim, na maioria das vezes ele é comportado, porém hoje está mais agitado do que o normal.
- Tá próxima vez cuida melhor dele - eu ia sair andando, quando ela me parou dizendo.
- Para me desculpar, eu te ofereço um almoço - e quando ela fala isso, minha barriga ronca, nem tinha percebido que estava com fome - viu, você está com fome, vem, conheço um lugar ótimo.
- É mais fácil eu te pagar um almoço, já que eu sou rico - falei, porém seguindo ela quando a mesma começou a andar.
- Dessa vez vai ser diferente, segundo filho - odeio quando ela me chama assim, é tão difícil decorar o meu nome?
- E o seu cachorro? Não vai achar ele.
- Bond é esperto, na verdade, ele com certeza é mais inteligente do que todos os cachorros juntos, ele vai saber onde eu estou.
- Então tá. - Falei dando de ombros, e de repente uma coisa grande e peluda parou ao lado da Anya e latiu.
- Eu te disse, não foi? - ela me olhou como se eu fosse inferior, a minha vontade era de pegar a cara dela e ralar no asfalto, odeio quando ela se sente superior a mim, eu digo e repito, ela nunca será superior a mim.
- Então porque você correu atrás dele? - perguntei sem entender, ela é louca ou o que?
- Eu gosto de me exercitar, e correr atrás do Bond é um ótimo exercício - não disse? Ela é completamente louca.
Chegamos ao local do almoço e eu vi os pais da Anya lá, e na hora me bateu uma timidez, que a minha vontade era de sair correndo, porém engoli essa vergonha e segui a Anya até eles.
- Senhor Loid e Senhora Yor, é muito prazer em conhecê-los - tentei ser o mais educado possível, pois eram pessoas mais velha e querendo ou não, eu queria impressionar os pais da Anya, mas ela não ajudava, pois começou a rir, ou melhor gargalhar.
- De onde toda essa educação veio, segundo filho? Não conhecia esse seu lado - e riu mais um pouco.
- Anya - Loid chamou a atenção de Anya - desculpe por ela, mas já te conhecemos.
Fiquei surpreso e falei:
- Como?
- De vez enquanto, temos que ir a escola e nós te vimos de longe, e a Anya também fala muito de você - nessa hora eu e ela coramos, como assim ela fala de mim? Porque ela fala de mim? Ela fala bem ou mal de mim? Eu espero que ela só fale bem de mim.
- Porque você fala de mim para os seus pais, Anya? - perguntei a ela super curioso.
- Eu já te falei, somos próximos os suficientes, e eu falo de todas as pessoas que eu sou próxima para os meus pais - e eles acenaram concordando.
- Mudando de assunto, papa e mamãe o Damian irá almoçar conosco, tem problema? - Eu fiquei surpreso, ela me chamou pelo primeiro nome e meu Deus, como meu nome fica adorável saindo dos lábios dela, eu queria e tenho certeza que eu ouviria mais vezes.
- Claro que não, senta-se Damian e você também, senhorita Anya - Yor falou e nós dois fizemos o mesmo.
- O que você vai querer segundo filho? - Anya me perguntou.
Olhei o cardápio, e fiquei surpreso com a quantidade de variedades que tinha nesse restaurante.
- Vou querer uma fatia de torta de carne com um pouco de arroz e um suco de maracujá.
- Vou querer o mesmo, por favor - Anya falou.
- Você está me imitando? - Eu disse levantando uma sobrancelha.
- Claro que não, só não sabia o que pedir e fui na sua.
Depois disso, Loid e Yor também pediram e eles ficaram conversando e eu só olhei. Eu queria uma família assim, amorosa, que se dá bem com todo mundo, conversadores, que são tão diferentes, mas se completam e acima de tudo, que estivesse comigo sempre que eu precisar e não me deixasse comendo sozinho sempre que possível.
- Tudo bem, segundo filho? - Anya perguntou, parecendo preocupada.
- Sim, porque a pergunta? - perguntei sem entender do porque de toda a preocupação.
- Porque você ficou quieto do nada e não para de nos olhar com esses olhos tristes e melancólicos, aconteceu algo?
- Não, não é nada - e antes de ela insistir, pois do jeito que eu conheço a Forger como eu conheço, ela iria insistir, a comida chegou e quando eu dei a primeira garfada, meu Deus, isso estava divino, eu nem percebi o quanto eu estava com fome, quando eu terminei, eu vi que todos já tinham terminado, eu confesso que não percebi em nada a minha volta, de tanta fome que eu estava.
- Eu tenho que ir, obrigada pela comida - eu ia pegar o dinheiro na minha carteira para pagar a comida, entretanto Loid falou.
- Deixa que eu pago, você é o meu convidado.
- Então muito obrigada, tchau a todos.
Todos me deram tchau e eu fui para casa e esse, com certeza, foi um dos melhores dias da minha vida.

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