O beijo com a Anya foi coisa de outro mundo, eu esqueci de tudo e só queria saber em beijá-la, porém a consciência veio e eu me separei bruscamente da Forger.

- O que foi isso?

- O que foi o que? - falou parecendo meio desconcertada.

- Esse beijo, o que foi isso?

- Mas você beijou de volta - pareceu meio confusa, meu Deus, como eu posso gostar de uma menina tão lerda?

- Sim, mas... essa não é a questão, a questão é, por que você me beijou primeiro?

- Por que eu gosto de você - ela disse parecendo óbvio, o problema que não era nada óbvio.

- Para de brincar comigo - falei querendo chorar de novo, não quero que ela brinque com os meus sentimentos assim.

- Eu não estou brincando, eu amo você Damian, mais do que você imagina, eu também acho que você só está brincando comigo, porém tem uma parte minha que quer acreditar que tudo isso é real, e que o meu sentimento é recíproco.

- Por que você gostaria de mim? Eu não tenho nada a te oferecer, eu só tenho dinheiro, e eu ainda acho que isso é muito pouco para o que eu quero realmente oferecer.

- Você tem uma baixa autoestima, não é mesmo? É claro que você tem muito a oferecer, tenho certeza que se você der uma chance para nós dois, você será o melhor namorado do mundo, pois antes eu não percebia, mas hoje eu percebo, você me olha de um jeito diferente, e eu gosto disso, você me olha com carinho, com amor, com gratidão e só por causa desse olhar, tenho certeza que você nunca irá me magoar.

- Como pode ter tanta certeza? - perguntei confuso.

- Só tenha mais fé em si mesmo, okay? - eu olhei para ela e pensei em como eu saberia se eu seria um péssimo namorado se nunca nem tentar? É claro que eu tenho uma baixa autoestima, e eu sei que tenho que melhorar isso em mim, e acho que a Anya tem toda a razão, e o meu lado romântico ativou.

- Você tem toda razão, e Anya Forger, você é toda bonita, tem um sorriso encantador e que as vezes me tira do sério, o seu cabelo parece de algodão e cheira como um, dá vontade de ficar cheirando o dia todo, você é simpática com todo mundo e a gente tem essa competição boba e que eu confesso que amo isso, e por causa de tudo isso e muito mais, eu quero te perguntar, você quer namorar comigo? - falei tudo em um fôlego só e desesperado por uma resposta que não demorou a vir.

- É claro que sim, seu bobo - e ela se jogou em meus braços, e em um reflexo rápido a peguei pela cintura para que ela não caísse, e nós ficamos nos olhando, perdido nos olhos um do outro, até que nos beijamos e esse, com certeza, foi o melhor beijo na minha vida (não que eu tenha beijado muito, mas vocês entenderam).

A gente não parou em apenas um beijo, foi um atrás do outro, como se nós não pudéssemos ter o suficiente e eu tenho certeza, eu nunca teria o suficiente da Anya. A cada beijo eu me arrepiava cada vez mais, a cada beijo eu sentia cada vez mais as boboletas no meu estômago, a cada beijo eu quase implorava para mais um outro, e duvido que a Forger esteja diferente de mim.

De repente eu ouvi um 'ei' alto, fazendo eu e ela nos separar e eu olhei irritado e era o Emile e Becky, o que eles estão fazendo aqui?

- O que foi? - falei emburrado.

- Não precisa ficar emburrado segundo filho - Becky falou - graças ao nosso plano Emile, eles ficaram juntos.

- Pois é - colocou a mão direita na cabeça como se estivesse todo desconcertado.

- Que plano? - Anya perguntou confusa e não era só ela que estava assim.

- Anya, você não sabe esconder seus sentimentos tão bem quanto acha que sabe, e quando eu percebi que você talvez gostava do Damian, eu fui logo conversar com Emile, que falou que achava que o segundo filho sentia o mesmo, porém não admitia nem sobre tortura, então ele deve a ideia de instigar o Ewen a pensar que a Anya tinha alguma coisa com o Thomas, e a partir daí foi fácil, a Anya fez praticamente tudo sozinha, sem nem saber o que realmente estava acontecendo.

- Espera... Emile, você me enganou?

- Eu só queria juntar você e a Anya a ficarem juntos.

- Pois é, e graças ao nosso plano, acabou que vocês ficaram juntos e a propósito, por causa da nossa aproximação, eu e Emile percebemos que gostávamos um do outro e agora estamos juntos.

- Parabéns Becky, mas isso não justifica que eu ainda esteja brava com você.

- Mas espera aí, eu não entendi uma coisa, o que você tem com o Thomas? - falei um pouco enciumado, acho que agora eu posso admitir para mim mesmo que eu tenha ciúmes dela com outros garotos, mas só para mim mesmo.

- O seu namorado está com ciúmes Anya.

- Eu sei.

- Eu não est... - tentei negar, mas não deu muito certo, pois logo a Forger me interrompeu.

- Tá, tá, nós todos sabemos a verdade, entretanto respondendo a sua pergunta, eu e ele só somos amigos, na verdade, eu achava que só ele sabia dos meus sentimentos, e ele estava tentando me ajudar a te conquistar, e era por isso que nós começamos a virar amigos.

- Porém nós chegamos primeiro, e fizemos vocês dois ficarem juntos - Emile falou e abraçou a cintura da Becky, o que fez ela ficar vermelha igual um tomate, deu vontade de rir, mas me segurei.

- Okay, okay, agora a gente já tá indo, e vocês também tem que ir, o sinal já está quase batendo - Beky disse e ela saiu da sala quase correndo e Emile foi logo atrás dela.

- Nós vamos? - perguntei sem vontade de sair daqui.

- Temos que ir - nós nos levantamos, demos um selinho e saímos do banheiro masculino, e de repente algo clicou na minha cabeça.

- Por que você entrou no banheiro masculino?

- Porque você estava lá, chorando, e eu não ia deixar você chorando sozinho, ainda mais se o motivo for eu, e eu não me importo de entrar no banheiro masculino se o motivo for eu.

Eu olhei para ela admirado, essa menina realmente é forte, e acabei dando um selinho nela.

Eu amo você, Anya Forger - sussurrei no seu ouvido, o que foi? Ainda tenho vergonha de expressar os meus sentimentos, principalmente se for em público.

- Eu também amo você, Damian Desmond.